Revisitando Reich e suas conexões com a Clínica numa Potência Afirmativa da Vida

REVISITANDO REICH E SUAS CONEXÕES COM A CLÍNICA NUMA POTÊNCIA AFIRMATIVA DA VIDA

Não há um sentido comum para o que é o corpo, nem para o que é adoecer, tampouco para o que seria um modelo de saúde.

Ao percorrermos a história, a filosofia e a construção dos modos de subjetivação que nos atravessam, percebemos que, assim como estes, também a construção dos corpos e saberes foram se constituindo e amalgamando, poder e resistência vieram tecendo no corpo suas tramas.

Perceber o corpo como uma encruzilhada da moral e da liberdade, morada dos afetos e razões que espelha em suas marcas a disciplina, a violência, a sexualidade, a dor, a vida e a arte torna-se fundamental para nossa prática clinica.

Uma perspectiva reichiana que compreenda que este corpo não pode ser concebido desligado da história e dos aspectos sociais, nos acrescenta fortes subsídios para uma clínica que o vislumbre como mais uma via de acesso, não menos importante que a linguagem, a um percurso que nos conduza a processos de singularização.

A inserção do corpo no setting analítico e a releitura de algumas proposições reichianas que não se ocupem apenas das origens e da interpretação, mas de uma cartografia, numa permanente construção de sua técnica, explorando e criando novos territórios existenciais é a proposta.

Ao rastrear no corpo uma história cuja temporalidade se situa além da rememoração, numa abertura de sentidos e condutora de novos acontecimentos, o percurso da clínica reichiana pode buscar potencializar processos de singularização na relação terapêutica.